Em 2007, o movimento em prol do meio ambiente passou a questionar a sustentabilidade da sacola plástica de polietileno. Esse é o tipo de sacola mais encontrado em mercados ao redor do mundo todo – pequena, fácil de dobrar e, atualmente, reciclável. O grande problema com as sacolas de polietileno é que pouquíssimas pessoas a reciclam. Nos Estados Unidos, apenas 1% das 100 bilhões de sacolas plásticas produzidas por ano são recicladas [fonte: CSM - em inglês].
Ao redor do mundo inteiro, elas acabam jogadas nas areias das praias ou presas em arbustos, tornado-se uma ameaça para a vida de muitos animais selvagens. E, o que é ainda pior – uma sacola de plástico demora cerca de mil anos para se decompor [fonte: American Green Bag - em inglês]. Quando elas acabam em aterros sanitários então, nem se fala! Como a luz solar não penetra em um ambiente tão entulhado de lixo, a sacolinha plástica não tem como se decompor.
istockphoto.com / Walik
Para combater os problemas associados à sacola plástica, muitos países estão banindo o seu uso
Para conter o crescimento do uso das sacolas plásticas, algumas cidades e países adotaram medidas bastante radicais. Em 2008, a cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, simplesmente proibiu a utilização dessas sacolas em mercados e farmácias. A cidade seguiu o que já vinha sendo feito em países como a Índia, África do Sul e Ruanda.
No entanto, não são apenas essas sacolas de supermercado que representam um problema. Os sacos plásticos de todos os tipos são péssimos para o meio ambiente. Além de demorarem cerca de mil anos para se degradar, as sacolas plásticas tem o petróleo como principal ingrediente. O mesmo óleo que usamos para abastecer nossos carros é usado para produzir plástico. Uma vez que o petróleo é uma substância não renovável, as sacolas de plástico tornam-se produtos não sustentáveis. O petróleo, porém, é muito mais útil e valioso como uma fonte de energia para a humanidade do que para ser usado na fabricação de sacolas plásticas.
Em função da não sustentabilidade e do prejuízo que a sacola plástica causa ao meio ambiente, alguns produtores estão em busca de novas e melhores matérias-primas para a produção do plástico. Até agora, pelo menos uma empresa já desenvolveu um plástico que é, não apenas sustentável, como pode até mesmo servir de adubo. O segredo está no milho.
Crie uma sacola de plástico ecologicamente correta - salve o planeta
Parece algo simples: crie uma sacola de plástico biodegradável e ajude a salvar o planeta. O problema é que isso não é tão simples como parece. Grandes companhias dependem do plástico para manter seus produtos seguros durante o transporte, manter a comida fresca e criar uma série de outros produtos duráveis. Não é fácil nos livrarmos dessa dependência do plástico baseado em petróleo que existe desde o início do século 20.
O plástico biodegradável é um material orgânico e como tal pode ser usado em compostagem.
© istockphoto.com / Howard OatesO plástico biodegradável é um material orgânico e como tal pode ser usado em compostagem
Apesar de toda essa popularidade e dependência, muitos produtores de plástico têm se esforçado para criar um produto durável e também sustentável. A empresa que lidera esse desafio é a Natureworks, localizada em Minnesota, EUA. A Natureworks está produzindo plástico a partir de um biopolímero chamado de ácido polilático que é derivado do milho. Esse plástico, baseado no milho, é chamado de Ingeo (o amido de milho quebra muito mais fácil do que o plástico feito a partir do petróleo). O seu processo de degradação é tão bom ao ponto de que esse plástico pode ser usado em compostagens juntamente com folhas e outros materiais orgânicos.
Durante a produção o amido é retirado da farinha de milho resultando em uma dextrose. Dextrose é um tipo de glicose que nada mais é do que simplesmente o açúcar que as plantas produzem durante a fotossíntese. Com o ingrediente ativo do amido de milho isolado, a dextrose é submetida a um processo de fermentação semelhante ao usado para fazer cerveja. No lugar do álcool, no entanto, a dextrose é convertida em ácido lático – o mesmo que faz com que você sinta câimbras em seus músculos quando se exercita demasiadamente sem a devida hidratação. Aplica-se então calor aos polímeros de ácido lático, unindo-os e fazendo com que formem uma grande cadeia que, finalmente, torna-se o material usado para fazer muitos produtos de plástico de milho (em inglês)!
Não é fácil ser verde!
Apesar do plástico de milho ser mais sustentável e ecologicamente correto do que o plástico de petróleo, ele pode causar um estrago durante o processo de reciclagem. Jogar o plástico de milho no cesto de lixo reciclável não é uma boa ideia, já que geralmente não é possível distingui-lo do plástico tradicional. O ideal é que você jogue o plástico de milho em um recipiente separado, para que ele não venha a ser jogado em um aterro sanitário.
A grande diferença entre o plástico de milho e o plástico derivado do petróleo é que o de milho pode ser usado em uma compostagem. Os fungos e bactérias presentes no solo quebram os polímeros e, sob condições adequadas de oxigênio, calor e umidade, ele é decomposto como qualquer outro material orgânico. Os microorganismos encontrados no composto consomem o plástico de milho e transformam o mesmo em húmus – substância que serve como um fertilizante natural. Os resíduos desse processo são dióxido de carbono e água.
Alguns tipos de plástico de milho são mais fáceis de serem quebrados do que outros. Quando a fabricante de chips de milho, SunChips, assinou um contrato para a produção de todas as sacolas com biopolímeros Ingeo, ela testou a compostabilidade dos sacos que irá colocar no mercado em 2010. Eles descobriram que, em condições ideais como as encontradas em pilhas de compostagens comerciais ou municipais, as sacolas produzidas por eles quebram e viram húmus com facilidade. Melhor ainda foi o teste que fizeram em uma compostagem doméstica. Mantendo o ar, a umidade e o calor constante, o processo de decomposição do plástico dura em torno de 12 a 16 semanas [fonte: Sun Chip].
Nenhum comentário:
Postar um comentário